Por: Luiz Fernando
Há momentos em
que, inevitavelmente, pensamos nos rumos que tomaram nossas vidas. Para alguns,
isso acontece aos trinta anos. Para outros, aos cinqüenta. Mas para quase todo
mundo, essa é uma lição de casa que surge na maioria dos finais de ano.
São momentos
únicos, especiais, que nos atiram em uma terrível luta interna. É a gente
contra a gente mesmo, no corpo-a-corpo com as próprias mazelas. Uma batalha cheia
de golpes baixos, frustrações e muita, muita sensação de impotência.
Quando paramos
para pensar no que fizemos (e não fizemos) durante o ano, brotam logo aquelas
lembranças da lona que diversas vezes beijamos, dos fracassos irreparáveis, dos
investimentos sem retorno. E é bem aí que nos questionamos se encontramos a
felicidade nas escolhas até então feitas: terminei a faculdade que eu realmente
queria? Trabalho com que sempre sonhei? Casei-me com a pessoa que de fato
amava?
A verdade é
que, muitas vezes, nossas escolhas são condicionadas às circunstâncias, ao que
foi possível naquele momento e em meio a tantas adversidades e privações. Em
português claro: é o que podia ser feito naquele dia.
Nessa aventura
tão difícil, perdas e derrotas são inevitáveis: mais cedo ou mais tarde partem
nossos pais, desaparecem nossos melhores amigos e nos abandonam aqueles que
mais amamos – pessoas com as quais nos apegamos tanto e que, por conta disso,
sofremos como meninos indefesos (e como sofremos, meu bom Deus!).
Mas por outro
lado, a chegada da primavera sempre nos reserva uma ou outra surpresa. E mais
uma vez permitimos que nosso coração se encante com a chegada de um novo filho,
um faceiro amigo (surgem até no facebook) ou (quem sabe?) uma tímida paixão. O
segredo da vida? Não sofrer por bobagem, estar cercado de pessoas incríveis e
não ter medo de arriscar.
Uma grande
amiga, certa vez, teceu um comentário acerca de uma pesquisa feita com doentes
em fase terminal. A indagação lançada? Perguntavam a respeito do que mais lhes
afligia naquela situação, que beirava o término da vida. A resposta foi
categórica: relataram que viveram muito pouco o que realmente almejavam viver.
Passaram a vida toda se curvando perante a vontade alheia. Deixaram seus sonhos
para trás, para simplesmente acatar o que outro queria.
Creio que
seja, por essas e outras, que eu, hoje, celebre tanto a vida. Vale a pena
reunir os amigos mais apaixonantes e comemorar o aniversário no melhor espaço
possível. Vale a pena insistir mais um pouquinho naquele amor arredio (e se não
der certo, deixe que surjam outros e outros). Vale a pena investir em viagens,
andar de avião, conhecer novos espaços ou (quem sabe?) novos mundos! Vale a
pena correr para o You Tube e ouvir aquela canção do The Police, I don’t wanna lose your love tonight. Vale
a pena brindar cada início de ano, certo de que uma nova ( e linda) história
ainda está prestes a começar!
E que uma
inesperada história surja para você também!
Um feliz 2014!
Querido Fernando, que primor de texto! Verdadeiro, comovente, simples, revelador de muita sabedoria! Que bom é descobrir verdades fundamentais ...e você fez isso tão jovem! Há pessoas que levam a vida toda sem alcançar a sabedoria mais básica das que você arrolou: NÃO SOFRER POR BOBAGEM.!!! Abraço Cida Bosschaerts
ResponderExcluirNossa !!! querido Professor Fernando tão verdadeiro , tocante é para reflexão seu texto ,amei Abraço Cléia Mendonça
ResponderExcluirMuito bom, hein, Fer!!!! Abraço, Astor.
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